mercredi 13 avril 2011

Minha estrela




Fotos de Malpica (José Cabaço)


Da vida quero tudo
Bons e maus momentos
Rir com ela e sobretudo
Resgatá-la de tormentos

Liberto a minha estrela
Para quê a felicidade
Com egoísmo, prendê-la
Toda a eternidade?

Eu fico bem, descansa!
Estrelas são para partilhar
Aprenderei a esperança
No brilho do teu olhar!
  

mardi 12 avril 2011

Vontade





Fotos de Malpica (José Cabaço)

Como um grito sufocado
Tal é a minha vontade
O sonho já foi dobrado
Toca o sino, é realidade!

Arrancar-me e a raiz
Ficou cravada no chão
Minha tristeza é feliz
Malpica a minha paixão

Minha terra, meu rosto
Meus cabelos prateados
Acarinho este desgosto
Sonhos serão realizados!




jeudi 7 avril 2011

Deixa-me sonho!



Deixa-me sonho!
Quero continuar adormecida
Para quê realizar os meus sonhos?
Se depressa se tornariam em pesadelo
Pois se eu sei isso tão bem
Porque me queixo?
Por estar bem, talvez…
Eu digo sempre que
Não consigo viver sem problemas
Se eu viver em paz
Noto logo que algo me mina por dentro…
Ou será esta situação geral de incerteza
Que se vive em todo o lado
Que se vê aproximar
Tem que haver uma explicação
Cada vez é preciso agarrar-se mais
Aos princípios, ao que nos faz sobreviver
Ninguém está ao abrigo
Toma-se atitudes que parecem tão…
Disparatadas, que não somos nós
Numa tentativa de esquecer tudo isto
Em vez de se tomar drogas...
(Essa ainda é a única vantagem)
Ter um pouco de amor à pele
Porque o orgulho esse
Já se foi há muito!












jeudi 31 mars 2011

É pegar ou pegar




Fotos de Malpica (José Cabaço)

Por vezes a vida é assim
não nos dá escolha
por muito  que gostássemos
de tomar um outro rumo
ela vem e leva-nos
para outro lado,
e nós a insistir
 e ela a teimar!
Perde-se anos e energia
nesta luta até que um dia
nos viramos para ela e dizemos:
Tudo bem! Diz-me o que queres de mim!
(Não sei se é assim com toda a gente
comigo sempre foi assim.)
Depois tentamos perceber através de sinais
O que ela quer de nós
A sua linguagem passa
a ser-nos familiar
E temos impressão que
conquistámos uma amiga!



lundi 28 mars 2011

Quero...




Fotos de Malpica (José Cabaço)

Para que quero
esta alma sofredora
De que me serve
Andar assim
Ao Deus dará?
Já sei só se for
Para que mais
Tarde valha a pena
Para depois me
orgulhar de mim
Vou dizer tanta
luta não foi em vão
E contarei as minhas lutas
como quem vai à guerra
E direi viram eu
também sobrevivi
E o inimigo
era tenebroso
Era eu a quer criar
a minha própria lei
Ignorando que não se
pode viver sempre assim
Que temos compromisso
Finalmente o que me pode
acontecer de melhor
é perder este medo
da vida, de sofrer.
“Se amares, ama
Se sofreres, sofre!”
Isso é grandeza!



O espírito e a matéria






O espírito e a matéria
Este impulso sossegar
A quem é que lembraria
A qual deles se entregar

O ponto na tela cruzou
Trevas feitas de meada
Meus novelos enrolou
Cada obra uma cruzada

Instintos para obedecer
A razão há-de esperar
A mim hei-de vencer
Custe lá o que custar!

lundi 21 mars 2011

Energia





Fotos de Malpica (José Cabaço)

Energia avassaladora
Que não pede licença
Rebeldia criadora
Além de toda crença

Contrariada, rejeitada
Estraga, arranca, destrói
Precisa ser libertada
Mágoa guardada corrói

Últimas consequências
É onde irá sem limite
Exigindo às maiores ciências
Que sua lei seja aceite

O caos já estava instalado
Finalmente conseguira
Solitário e mal amado
Caiu na própria cegueira

Tudo tão bem planeado
Destruir tudo numa euforia
Mas quando já não era esperado
Eis que o sol bondoso sorria!





mercredi 16 mars 2011

Força de existir




fotos de Malpica (José Cabaço)


Ser hoje aquilo
Que se foi ontem
E que se será amanhã
Bastão aliado ao tempo
Ele nos guiará
Passo lento firme
Respeitando a
Ordem das coisas
O silêncio será
Nossa melodia
A nossa alma
Vibrará ao seu som
Nada esperar e ter tudo!
O dom de confiar,
Confiar  ainda e sempre
Apesar da vida se obstinar
A tentar provar o contrário!
Esta força de existir
Que ninguém contém,
Energia criadora…
E nós a caminho…
Vamos ao encontro
Do nosso eu.
E no fim o tesouro que
Encontrarmos, somos nós!

mardi 15 mars 2011

O SUCESSO



O sucesso tem  um brilho que cega
Faz tudo para aparecer
Estonteia onde quer que chega
Todos o querem conhecer

Ambição à prova de tudo
Não tem amigos, não lhe interessa
Música boa para o seu ouvido
Só o som da sua própria conversa

Desde pequenos que nos o deram
Como um exemplo a seguir
Inúmeros os que o imitaram
Poucos lhe conseguem resistir

Tem tudo o que deseja
Só lhe falta o principal
Nunca chora, nem fraqueja
Teme que isso lhe seja fatal.


vendredi 11 mars 2011

As pérolas do pensamento



Fotos de Malpica (José Cabaço) 

Vou juntar uma a uma
As contas redondas
Deixá-las enfeitar-me
Sem resistir
Porque em cada uma
Está o pensamento
De cada minuto
Que não falarei
Contigo
Cheias de promessas
Que não fizemos
Pensamentos
Que não ousamos
Ninguém vai poder
Adivinhá-los
Ou despertá-los
E esta não confissão
Aliviará esta minha
Não dor…

jeudi 10 mars 2011

Aprender tudo de novo


Fotos de Malpica (José Cabaço)


Com certezas absolutas
Não me quero enganar
Amigas dúvidas e lutas
Que me fazem questionar

As mentiras, caprichosas
Aparentam o que não são
Mais espinhos que rosas
Pétalas caídas, desilusão

Aprender tudo de novo
Mil vezes recomeçar
À minha volta observo
Uma causa abraçar

A maior força que temos,
A nossa fragilidade,
Os ódios esqueceremos,
É isso a liberdade!



A poesia ou a paz



fotos de Malpica (José Cabaço)

A poesia ou a paz
À qual irei renunciar
Contradição, és capaz
Esta teoria explicar?

O discurso de sabedoria
Quer afastar-me de mim
Juro, ele adormeceria
Antes de chegar ao fim

Ilações eu sempre tiro
A poesia é, e sempre será
O ar que gosto e respiro
Decido onde me levará!

mardi 8 mars 2011

Quem ama confia



Quem ama confia
Acho que fui picada
Pela roca que fia
Fiquei enfeitiçada

Estava conformada
Tal  já não desejaria
Voltar a ser namorada
À escrita me entregaria

Nunca me esqueças
Foi isso que percebi
Envolto em promessas             
O ramo que recebi.

Sinais da alma


Dar atenção aos sinais
De que estamos rodeados
Experiências são manuais
A precisar de ser estudados

Da sua vida ser o autor
Páginas  de transparência
Unidas por um fio condutor
Desapego ou consequência

Por detrás do que vemos
Existe uma outra realidade
À nossa alma só podemos
Falar com sinceridade

Interpretar sua linguagem
Só exige boa vontade
Que a nossa maior vantagem
Seja o amor à verdade!








   

Suave loucura


Uma suave loucura
A de dizer o que sinto
Uma constante procura
Espécie de mandamento


Mesmo que não queira
Já disse, sem pensar
Desajeitada esta maneira
De que crime me acusar?


Não escrevo e enlouqueço
Escrevo e ando à deriva
Mas se de mim eu esqueço
Essa morte me deixa viva!

 

Roda da vida

Estamos só de passagem
Eterno recomeçar
Suspensos  à coragem
Beco ou roda de avançar

Observam os meus gestos
E eu aqui nesta cena
Procuro os movimentos certos
Que o espelho descoordena

Aqui estou eu inteirinha
Entrego-me ao vosso saber
Troco esta vida que é minha
Por tudo o que preciso aprender

Recebo alguns conselhos
Outros devolvo-os sem abrir
Não colecciono ódios velhos
Quero chorar de tanto rir

O meu nome pouco importa
Não trago mensagens ou recados
Andarei de porta em porta
Mendigando o céu aos bocados

lundi 7 mars 2011

O amor e a paixão

O amor agradece
A paixão cobra
Ele se compadece
Ela, não dobra!

Se a ela cedemos
Lá vem desilusão
Se ele magoamos
Só conhece perdão

Se o dom de poetisa
A língua me daria  
Paixão que escraviza
Ao AMOR converteria!

samedi 5 mars 2011

Bela adormecida

Bela adormecida


Inclinar-se, ajoelhar
Oferecer-se em tesouro
O tempo nos vai talhar
O efémero será duradouro

Princesa noutra era
Hoje caída em desgraça
Dor que o peito dilacera
Diz da alma a sua raça

O grande ego é fatal
E a bela estará perdida
Se houver entrega total
Só a dor ficará adormecida!

Consequência

(foto de Malpica José Cabaço)


Consequência


Aceita meu amor
Esta prova de carinho
Continua sem temor
Segue o teu caminho

Jurámos amizade
Com alguma inocência
Jogo de bastante verdade
Cheio de consequência

Apenas esquecemos
Esse mundo não existe
Sempre que aprendemos
O final nunca é triste!

mardi 1 mars 2011

Férias do Verão





Do Arrabalde até à Mina
O caminho tem saudade
Da Edite e Floriana
Primas, irmãs de verdade

A quem pertences tu, nina?
Perguntavam as vizinhas
Branca aldeia pequenina
À ombreira sentadinhas 

Casas juntinhas caiadas
Acolhedora esta gente
Cordel sem portas fechadas
Era assim antigamente

O sino alegrando o adro:
Confeitos oferecer!
O meu voto mais sincero
Malpica, a ti pertencer! 

Amor secular


Essa paixão que queima
Ao fogo vou devolver
Quero obra que exprima
Nossa força de escrever


Papel enviado dos céus
Belas histórias pueris
Folhas tiradas de véus
Linhas, cores, arco íris


Os anjos anunciaram
Aos quatro cantos, falar
Ventos testemunharam
O nosso amor secular!





A felicidade






A felicidade


De lilás estava vestida
Prometida à primavera
Em finos trajes envolvida
Debruados de quimera

Olhos negros molhados
Brilhando de procurar
E os abraços desejados
Perdidos de tanto esperar

Pensei que enlouquecia
Falava-te e respondias
Tua ausência me aquecia
Alma forte, tu resistias

Um desapego profundo
Era o fio que nos ligava
Inventar o nosso mundo
Milagre que me salvava!  


1.03.11                       

lundi 28 février 2011

ESSE MUNDO



Que mistura serei eu ?
De onde me vem o que penso?
Será que fui eu que inventei
O que tenho no pensamento?

Esta prosa que me escorre
Pelo lápis, pelos dedos,
Que me molha até à alma
Desvendando os meus segredos

Dentro de mim sufocadas
Estão palavras por dizer
Esperam para ser libertadas
Só eu o posso fazer

Estou a falar é evidente
De uma outra dimensão
Que incomoda muita gente
Sabe-se lá a razão

Que ele exista ou não
Esse mundo
Ele já nos cola à pele
Está no ar que respiramos
No fundo
Quem é mais real, nós, ou ele?

E se eu for obrigada
A desdizer o que foi dito
Direi como disse o Sábio

Eu calo, mas esse mundo EXISTE!