mercredi 24 novembre 2010

A minha terra

A minha terra é na Beira.
Foi o sítio onde nasci.
Deste povo sou herdeira,
E quero afirmar, sou daqui!

Faço parte com orgulho,
Deste povo universal.
Porque da terra vem tudo,
O que é essencial.

Sem saberem eles são,
O que de melhor foi criado.
O que a terra tem de mais são
Fruto da árvore apanhado.

Esta ternura que têm
Quando nos olham nos olhos,
Essa riqueza que espalham,
E que transportam aos molhos.

Nas suas costas vergadas,
Trazem carradas de bondade.
Nas suas mãos calejadas,
Testemunhos da verdade.

Carregam esse passado,
Memória dum tempo vivido.
O seu fardo é destinado,
A ser o chão prometido.

Visto que eu sou o fruto,
Deste labor tão esforçado,
Espero poder dar o contributo,
Naquilo que de mim é esperado.

17.11.2005

mardi 23 novembre 2010

Contradição



Do peito um grito sincero
Ser amada, compreendida
Mas sobretudo o que espero
É passar despercebida


Entre  o dia que não chega
E a noite que não acaba
Esta força que me carrega
E a timidez que me derruba


Mesmo a maior verdade
Sem um ponto de interrogação
Arrisca-se cedo ou tarde
A cair em contradição.



lundi 22 novembre 2010

Guerras interiores




Guerras interiores



Na guerra até cheguei
A cruzar-me com a razão
Não fiz caso e continuei
Vital era a minha missão

Eu não me perdoava
De não ser como queria
E enquanto me detestava
Era a mim que me perdia

O tempo à minha espera
Eu insistindo em não chegar
O ressentimento, esse viera
E o óbvio tive  de enxergar

Ao inimigo que enfrentei
Hoje chamo-lhe meu amigo
Foi o nosso ódio que matei
A ele, trouxe-o comigo.


dimanche 21 novembre 2010

Uma vida de verdade


Uma vida de verdade



Medo de ser magoada
Vivendo por procuração
Com a vida pendurada
De renda a minha prisão

Gostava de ter vivido
Fiquei à janela a olhar
Medo do desconhecido
Sem direito de falhar

Uma dupla sensação
De desespero e esperança
Sempre só na multidão
Continuei com confiança

Comigo era tudo ou nada
Não queria viver pela metade
Melhor que um conto de fadas
Só uma vida de verdade.







mardi 16 novembre 2010




 



O carrinho das bonecas



Ser igual a toda gente
Eu não pedia mais nada
Tive que me chamar Edite
Essa  não era engraçada


Até o carrinho das bonecas
Que tanto me fizera sonhar
Veio-me dizer que as percas
São outra forma de ganhar


Para além de ser de plástico
Também perdia as rodas
Eu não via o lado cómico
Ouvia as amigas dar risadas


Ao receber este presente
Nunca poderia imaginar
Ficar grata eternamente
À vida, ao que ela me ensinar.



















vendredi 12 novembre 2010

Ao sabor do vento

Ao sabor do vento


Andar ao sabor do vento
Pôr de lado a rigidez
Escolher o melhor momento
Saber esperar a nossa vez


O destino só nos pede
Um pouco de confiança
Nossa ânsia só impede
Que o melhor aconteça


Como uma espécie de pacto
Para afastar o mal, a doença
É que contra um mau facto
O bom argumento faz a diferença. 








mardi 9 novembre 2010

O pensamento








O pensamento



Matéria prima que se agita
Expressando a criatividade
Da energia que resulta
Temos a exclusividade

 
Ele possui vida própria
Como balões que largamos
Espalha a nossa memória
Vai onde nós nem sonhamos    


Do céu vem um abandono
Que faz duvidar da clemência
Será que é  castigo divino
Ou bondade da providência


Através dele continuaremos
Para além desta existência
Seremos o que pensarmos
Que o diga a inteligência.




 

 

dimanche 7 novembre 2010

O equilibrista



O equilibrista



Como um eixo vertical
Ele atravessa a adversidade
Oscila na horizontal
Desafiando a gravidade


Balanço e me confronto
Com a alegria e  a tristeza
Só em mim encontro o ponto
Um elo que me une à natureza


Apelo às forças contrárias
Um pouco de versatilidade
De lado as lutas primárias
Em frente a serenidade.