lundi 20 décembre 2010

Parte de Ti


(fotos mil imagens)



É com leveza que quero viver                                                                       
Assim como quem quase não toca, num arrepio.
Tal como um sopro fresco,
Uma brisa que passa ao de leve
Pelo rosto.
Deixar o meu nome gravado para sempre?
Eu sou o conjunto de todas as dúvidas.
Eu sou mais eu quando me esqueço de mim.
Eu sou feliz quando me imagino,
Parte deste Universo imenso.
Fecho os olhos e me deixo levar em pensamento,
Por esse espaço sem fim.
Aí, tenho a certeza, de que eu conto.
(Eis a única certeza importante para mim)
É assim que eu quero existir.
Fazendo parte de Ti.

Deixem o mundo falar

Rendo-me à evidência
Mensagens  precisam passar
Até  a própria ciência
Vem, se dela se precisar

O mundo tem que dizer
Por favor deixem falar
O mal que lhe andam a fazer
É para o tentar calar

Que é preciso estar atento
Não se fiar nas aparências
Aproveitar o momento
Medindo as consequências

Que aquilo que temos hoje
Pode depressa desaparecer
Uma desventura que surge
Faz os nossos limites vencer

Não tem solução para tudo
É urgente, precisa de nós
Boa vontade e sobretudo
Espalhar para sempre a sua voz






Mãe




Mãe, o manto com que me envolves,
É feito de ouro e cetim
Foste tu que o teceste
De tanto gostar de mim

O teu amor é o meu ninho,
O telhado de minha casa
Mãe se eu fosse um passarinho
Escondia-me debaixo da tua asa

Ser mãe é a maior maravilha,
Mistério que a ciência
Nunca saberá desvendar
Uma mãe mesmo ser ter nada
Ela partilha
O mundo que tem para dar

Se a ciência tivesse mãe
Ia entender sem perguntar
Porque ter o amor de alguém
É o melhor bálsamo
Que a vida soube inventar

samedi 11 décembre 2010


Loucura sã



Amar até ao limite
Numa explosão de candura
Vestir o corpo de Afrodite
Arder de uma chama pura

Por momentos pertencer
Ao lume, dançar na fogueira
Contente de enlouquecer
Entregar-se, ser prisioneira

Saudável esta loucura
Não se consegue proibir
Na dose certa é segura
Quem abusar pode sucumbir

mercredi 1 décembre 2010

Ser português





Ser português é dobrar  
O cabo de qualquer tormento
Ter a bravura do mar
Transbordar de sentimento

Essa brandura no olhar
Que anima, dá alento
Poder em si concentrar
Da Terra o deslumbramento 

Esta força que surge
De tanto lidar com a incerteza
Corre-nos o mundo no sangue
Nós, os discípulos da nobreza

Esta fé foi uma herança 
Que vem dos nossos avós
Peregrinos da esperança
O céu tem os olhos postos em nós.











mercredi 24 novembre 2010

A minha terra

A minha terra é na Beira.
Foi o sítio onde nasci.
Deste povo sou herdeira,
E quero afirmar, sou daqui!

Faço parte com orgulho,
Deste povo universal.
Porque da terra vem tudo,
O que é essencial.

Sem saberem eles são,
O que de melhor foi criado.
O que a terra tem de mais são
Fruto da árvore apanhado.

Esta ternura que têm
Quando nos olham nos olhos,
Essa riqueza que espalham,
E que transportam aos molhos.

Nas suas costas vergadas,
Trazem carradas de bondade.
Nas suas mãos calejadas,
Testemunhos da verdade.

Carregam esse passado,
Memória dum tempo vivido.
O seu fardo é destinado,
A ser o chão prometido.

Visto que eu sou o fruto,
Deste labor tão esforçado,
Espero poder dar o contributo,
Naquilo que de mim é esperado.

17.11.2005

mardi 23 novembre 2010

Contradição



Do peito um grito sincero
Ser amada, compreendida
Mas sobretudo o que espero
É passar despercebida


Entre  o dia que não chega
E a noite que não acaba
Esta força que me carrega
E a timidez que me derruba


Mesmo a maior verdade
Sem um ponto de interrogação
Arrisca-se cedo ou tarde
A cair em contradição.



lundi 22 novembre 2010

Guerras interiores




Guerras interiores



Na guerra até cheguei
A cruzar-me com a razão
Não fiz caso e continuei
Vital era a minha missão

Eu não me perdoava
De não ser como queria
E enquanto me detestava
Era a mim que me perdia

O tempo à minha espera
Eu insistindo em não chegar
O ressentimento, esse viera
E o óbvio tive  de enxergar

Ao inimigo que enfrentei
Hoje chamo-lhe meu amigo
Foi o nosso ódio que matei
A ele, trouxe-o comigo.


dimanche 21 novembre 2010

Uma vida de verdade


Uma vida de verdade



Medo de ser magoada
Vivendo por procuração
Com a vida pendurada
De renda a minha prisão

Gostava de ter vivido
Fiquei à janela a olhar
Medo do desconhecido
Sem direito de falhar

Uma dupla sensação
De desespero e esperança
Sempre só na multidão
Continuei com confiança

Comigo era tudo ou nada
Não queria viver pela metade
Melhor que um conto de fadas
Só uma vida de verdade.







mardi 16 novembre 2010




 



O carrinho das bonecas



Ser igual a toda gente
Eu não pedia mais nada
Tive que me chamar Edite
Essa  não era engraçada


Até o carrinho das bonecas
Que tanto me fizera sonhar
Veio-me dizer que as percas
São outra forma de ganhar


Para além de ser de plástico
Também perdia as rodas
Eu não via o lado cómico
Ouvia as amigas dar risadas


Ao receber este presente
Nunca poderia imaginar
Ficar grata eternamente
À vida, ao que ela me ensinar.



















vendredi 12 novembre 2010

Ao sabor do vento

Ao sabor do vento


Andar ao sabor do vento
Pôr de lado a rigidez
Escolher o melhor momento
Saber esperar a nossa vez


O destino só nos pede
Um pouco de confiança
Nossa ânsia só impede
Que o melhor aconteça


Como uma espécie de pacto
Para afastar o mal, a doença
É que contra um mau facto
O bom argumento faz a diferença. 








mardi 9 novembre 2010

O pensamento








O pensamento



Matéria prima que se agita
Expressando a criatividade
Da energia que resulta
Temos a exclusividade

 
Ele possui vida própria
Como balões que largamos
Espalha a nossa memória
Vai onde nós nem sonhamos    


Do céu vem um abandono
Que faz duvidar da clemência
Será que é  castigo divino
Ou bondade da providência


Através dele continuaremos
Para além desta existência
Seremos o que pensarmos
Que o diga a inteligência.




 

 

dimanche 7 novembre 2010

O equilibrista



O equilibrista



Como um eixo vertical
Ele atravessa a adversidade
Oscila na horizontal
Desafiando a gravidade


Balanço e me confronto
Com a alegria e  a tristeza
Só em mim encontro o ponto
Um elo que me une à natureza


Apelo às forças contrárias
Um pouco de versatilidade
De lado as lutas primárias
Em frente a serenidade.






mercredi 27 octobre 2010




Algumas indicações pessoais para dar uma ajudinha ao destino e à "boa sorte".

1. ACREDITAR que a sua vida vai dar certo.
2. Ter muito boa vontade para que a sua vida dê certo.
3. Tentar conhecer-se: saber quais as suas capacidades, as suas qualidades e a partir daí construir o seu caminho.
4. ACEITAR os seus limites e respeitá-los.
5. Saber pôr-se em questão.
6. Tentar estar bem consigo e com os outros.
7. OBSERVAR o Mundo em que vivemos, prestar atenção, ao que ouvimos ao nosso redor, por vezes, há mensagens que nos são destinadas.
8. Criar o seu mundo interior ( pensar, ler , comunicar com os outros)
para ter bases a que se apoiar quando algo vai mal.
9. Treinar durante os momentos livres pequenos exercícios de meditação, concentração, ou simplesmente deixar o silêncio instalar-se e pensar no que existe de mais importante para nós( nada de bens materiais) , o amor de alguém, as prioridades, o que gostaríamos  de fazer como trabalho ou projectos a realizar.
10. Acreditar sempre na sua BOA ESTRELA, mesmo nas piores situações.
11. Dizer sempre que podia ser pior.
12. Nos momentos muito difíceis dizer a palavra Jesus, ou o nome de uma pessoa importante para nós.
13. Tentar não ter zangas ou ódios eternos.
14. Lutar pelo que se gosta e dar o máximo de si para concretizar os seus objectivos.
15. Evitar os caminhos mais fáceis, em geral são enganadores.
16. Regularmente harmonizar-se com a natureza exprimir em pensamento o nosso amor pelo Universo, que é constituído de seres vivos como nós. Como uma oração de gratidão ao Criador.
17. Não esquecer e orgulhar-se das suas origens por mais modestas que sejam.
18. Se por ventura não tivemos bons exemplos, devemos esforçar-nos por fazer melhor do que nos ensinaram, assim o mérito será todo nosso.
19. Saber que ninguém tem a verdade absoluta.
20. GOSTAR DE SI. Saber dar-se valor sem exageros.
21. E sobretudo nunca perder a capacidade de RIR e criar bons ambientes.

Escrevi este texto a pensar nos meus filhos e nos jovens. Este é o resultado de pensamentos e livros que li e da minha própria experiência

lundi 25 octobre 2010




SINAIS DOS TEMPOS



Como por detrás de um vidro
A gesticular
Anda perdido o Tempo
Que estava para chegar

Deixando um enorme vazio
Que enche este ar
Aqui estamos à espera
Neste eclipse solar

Essa boa nova
Quem irá divulgar?
Dessa nova Era
Que tarda em começar

Ficou perdido
Em algum lugar
Esquecendo da hora
E de nos avisar

Acho que sei
O que se está a passar

Deve ter adormecido
De tanto navegar
Internet adentro
Quem o irá salvar?








dimanche 10 octobre 2010

AS ASAS DE UM ANJO



Aceitar o meu feitio
Não havia mais nada a fazer
Ontem chorei, hoje rio
Contente de sobreviver

Dizem que o mundo é dos fortes
Não vou poder concordar
Somos todos importantes
Nosso esforço, complementar

Porém, somos simples mortais
Com muito para aprender
E não podemos dar mais
Que o que temos para oferecer

Se estivermos atentos
Poderemos observar
A força que vem dos fracos
Quando a hora certa chegar  

Os defeitos ou fraquezas
Fazem o nosso bom lado realçar
Dentro de nós existem asas
Esperando por despontar.


 

vendredi 8 octobre 2010

OS DOIS LADOS



Arrancar de mim esse lado
Mas como serei eu depois?
Com o bem andar de braço dado
Mas eu sou amiga dos dois

Como é que eu vou conseguir
Do mal ignorar a grandeza
Se é ele quem faz surgir
A nossa verdadeira natureza

Aceitar o desafio
De viver sempre à procura
Iluminar o meu lado sombrio
É essa a minha  maior aventura. 

SER MARIA

Ser Maria é ter poder
E dele não fazer uso
Nada  ganhar tudo  perder
E não ver nisso prejuízo

É como ser a rainha
De um concurso sem prémio
Alguns dizem: pobrezinha
Só ela entende o mistério

É como tomar uma bebida  
Que nos servem à nascença
Intragável quando ingerida
Mas cura qualquer doença

Ser para sempre coroada
De um amor sem medida
É a missão desta fada:
Ao nascer abençoou a vida.












O PASSADO



Ao escrever desato nós
Que me prendem ao passado
Venho para defender meu algoz
Peço que seja ilibado

Ele e eu somos só um
Ficámos para sempre ligados
Por esta pena comum
Com que fomos agraciados

Aos poucos retiro as vestes
Que me tolhem e magoam
Leve, nua,
Com a alma e o corpo prestes
A terem asas que voam

Por enquanto vagueando
Meu destino está ausente
Vivendo de contrabando
Roubando o tempo presente.
              A POESIA



       Deixem entrar a poesia
       É com ela que quero partilhar
       Esta metade de alma vazia
       Que anseio tanto completar

       Chegou e enfeitou tudo à volta
      Abraçou-me tão familiar
      Pôs os meus males à solta
      Disse-me para os abençoar

      Ela é a minha estrelinha
      Pisca-me o  olho a brilhar
      Com a sua luz amarelinha
      Que só vê quem sabe olhar.